Passo, por isso, o dia na janela a cuscar a vida dos vizinhos das outras entradas. Olho e reconheço-me dentro das sacas das compras que trazem na mão, nas latas de coca-cola. Quando vejo que está a anoitecer fico atento para espreitar a Lua, mas, entretanto, alguém fecha persiana. Só pode ser o meu único vizinho, o habitante da porta 14!
Dada tal solidão, por vezes decido sair de casa e fugir um pouco de mim, apanho o autocarro e subitamente encontro-me novamente.
Ainda não sabem quem sou? Talvez um pequeno poema vos possa ajudar.
Existo em janelas e portas A bauxite é coisa minha Estou em tachos e panelas E em rolos, na cozinha |
Se olhares meu número atómico E o grupo onde fui parar Vais descobrir quem eu sou Pois sou filho do azar |
Na água, em abundância Posso matar, sem pistola Sou um metal muito dúctil Da lata de Coca-Cola. |
Solução: Alumínio