quinta-feira, 17 março 2022 14:52

Projeto "Intercultural Bridges Extending to European Citizenship"

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Na semana de 14 a 18 de março, estamos a receber, na nossa escola, alunos de vários países. No momento em que a Europa enfrenta um dos maiores desafios das últimas décadas, este intercâmbio acaba por ter uma importância ainda maior.

Estamos a assistir a uma guerra na Europa e estas duas palavras, na mesma frase - guerra e Europa – parece que nem combinam, porque o conceito de guerra é completamente oposto aos valores europeus que eu pensava estarem bem consolidados. Achei que, depois dos horrores da Segunda Guerra Mundial, sobre os quais felizmente só li nos livros de História, os Europeus nunca mais se meteriam noutra.

Por aqui, durante estes dias, remamos contra a maré de ódio, preconceito e intolerância. Por aqui, semeia-se a paz. Com este intercâmbio pretendemos reforçar os alicerces de uma Europa que se quer unida. A paz sai fortificada quando olhamos o outro com um olhar de respeito, com um olhar compreensivo, quando olhamos o outro de igual para igual, sem ideias de supremacia ou posturas altivas. Somos todos diferentes, vindos de diferentes cantos da Europa, mas, por aqui, procura-se o entendimento, pontos em comum, sem esquecer as diferenças, mas olhando para elas como algo que nos enriquece, que nos acrescenta.

Foi com muita alegria que vi os alunos da nossa escola, não quererem ir para as aulas, porque queriam ver as danças dos outros países. Não era só porque se queriam “baldar” às aulas, era de facto um olhar curioso sobre o outro. Foi tão importante, falar sobre isto nas aulas de Inglês! Foi muito mais importante do que falar sobre gramática da língua inglesa! O Inglês é a base da comunicação entre povos, mas às vezes é mais importante ir além da aprendizagem da língua. Às vezes, é mais importante ensinar valores, conversar sobre o multiculturalismo, perguntar o que sentiram ao ver as danças dos outros países, porque no decorrer da conversa conseguimos perceber se e onde mora o preconceito.

Somos todos preconceituosos. Quem disser que não, mente. Eu também tenho os meus preconceitos, mas trabalho no sentido de os desconstruir, de fazer com que eles, progressivamente, vão desaparecendo e se vão tornando noutra coisa qualquer que não o preconceito. É urgente essa desconstrução. Como diria Eugénio de Andrade:

“É urgente o amor.

É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras

Ódio, solidão e crueldade

Alguns lamentos

Muitas espadas”

 

Assim faremos, ao longo desta semana.

Elisabete Francisco

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