Começámos pela Torre Branca, junto à zona ribeirinha da cidade, e um dos símbolos da cidade. É uma torre defensiva que foi também uma prisão, onde se decapitavam pessoas à janela, para aterrorizar o povo. Tanto foi o sangue ali derramado que a torre ficou com as paredes avermelhadas e passou a ser conhecida como “Bloody Tower”. A certa altura, um dos governadores da cidade disse que, se algum dos prisioneiros conseguisse fazer desaparecer a cor vermelha da Torre, não seria morto. Foi então, que em 1890, um dos prisioneiros se propôs a pintar a torre com cal e, desde então, a torre é conhecida como a Torre Branca.
Ali ao lado, vimos a estátua de Alexandre, o Grande e percebemos a razão do seu cognome. Para além de excelente militar, Alexandre deixou um legado único na cultura grega, tendo sido um grande impulsionador da língua, cultura e filosofia gregas em toda a região dos Balcãs.
Seguimos para o castelo e, no caminho, vimos um arco do triunfo construído durante o domínio romano e a Rotonda, o único monumento redondo de toda a Grécia, que já foi uma mesquita, uma igreja, um templo e hoje é um museu, que acolhe várias exposições. Chegados ao castelo, pudemos apreciar a beleza da paisagem. Os deuses gregos têm sido benevolentes connosco: para além do dia esplêndido de sol, o ar estava tão limpo que nos permitia ver o Monte Olimpo e todas as montanhas à nossa volta. Dos oito quilómetros de muralha que envolveram a cidade em tempos antigos, ainda restam quatro quilómetros que contam a sua história.
A paragem seguinte foi na Igreja de São Dimitrios, o padroeiro da cidade. Património Mundial da Humanidade da UNESCO desde 1988, esta basílica é uma sobrevivente de ataques, guerras e até de um incêndio, em 1917, após o qual se descobriu que, por baixo dela, existia uma espécie de banho público romano, onde se pensa que o próprio São Dimitrios terá sido executado.
Salónica é considerada um grande caldeirão, devido à sua diversidade racial, ao seu ecletismo, que se reflete na riqueza cultural, artística, gastronómica, arquitetónica e histórica. Um dia não chega para ver e sentir esta cidade tão diversa e vibrante! Senti-me esmagada pela história da cidade! Sinto-me esmagada também pela quantidade de comida que nos dão todos os dias, aqui na Grécia. Se continuar assim, acho que vou para Portugal a rebolar!
Elisabete Francisco