sexta-feira, 03 dezembro 2021 12:08

Dia 5: Salónica

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No dia que chegámos a Salónica, fiquei encantada com as decorações de Natal, mas ver a cidade de dia é ainda mais arrebatador. A cidade impressiona pelo tamanho gigantesco e pelo tanto que tem para oferecer! O seu lema é “One heart, many stories”. Para todo o lado que olhamos vemos vestígios antigos, pedaços de história, sítios que apetece fotografar, ruas que apetece percorrer. Aqui existem quinze monumentos considerados Património da Humanidade pela UNESCO, três dos quais tivemos o privilégio de visitar.

Começámos pela Torre Branca, junto à zona ribeirinha da cidade, e um dos símbolos da cidade. É uma torre defensiva que foi também uma prisão, onde se decapitavam pessoas à  janela, para aterrorizar o povo. Tanto foi o sangue ali derramado que a torre ficou com as paredes avermelhadas e passou a ser conhecida como “Bloody Tower”. A certa altura, um dos governadores da cidade disse que, se algum dos prisioneiros conseguisse fazer desaparecer a cor vermelha da Torre, não seria morto. Foi então, que em 1890, um dos prisioneiros se propôs a pintar a torre com cal e, desde então, a torre é conhecida como a Torre Branca.

Ali ao lado, vimos a estátua de Alexandre, o Grande e percebemos a razão do seu cognome. Para além de excelente militar, Alexandre deixou um legado único na cultura grega, tendo sido um grande impulsionador da língua, cultura e filosofia gregas em toda a região dos Balcãs.

Seguimos para o castelo e, no caminho, vimos um arco do triunfo construído durante o domínio romano e a Rotonda, o único monumento redondo de toda a Grécia, que já foi uma mesquita, uma igreja, um templo e hoje é um museu, que acolhe várias exposições. Chegados ao castelo, pudemos apreciar a beleza da paisagem. Os deuses gregos têm sido benevolentes connosco: para além do dia esplêndido de sol, o ar estava tão limpo que nos permitia ver o Monte Olimpo e todas as montanhas à nossa volta. Dos oito quilómetros de muralha que envolveram a cidade em tempos antigos, ainda restam quatro quilómetros que contam a sua história.

A paragem seguinte foi na Igreja de São Dimitrios, o padroeiro da cidade. Património Mundial da Humanidade da UNESCO desde 1988, esta basílica é uma sobrevivente de ataques, guerras e até de um incêndio, em 1917, após o qual se descobriu que, por baixo dela, existia uma espécie de banho público romano, onde se pensa que o próprio São Dimitrios terá sido executado.

Salónica é considerada um grande caldeirão, devido à sua diversidade racial, ao seu ecletismo, que se reflete na riqueza cultural, artística, gastronómica, arquitetónica e histórica.  Um dia não chega para ver e sentir esta cidade tão diversa e vibrante! Senti-me esmagada pela história da cidade! Sinto-me esmagada também pela quantidade de comida que nos dão todos os dias, aqui na Grécia. Se continuar assim, acho que vou para Portugal a rebolar!

Elisabete Francisco

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